quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Caminhos não existem


Suas decisões não são suas,e não são de mais ninguém. As decisões são pretextos feitos para ser culpado em qualquer coisa que aconteça. Supondo que exisissem decisões, você acha que ela mudaria memo tua vida? Você acredita em dois caminhos? Porque eu não. A vida é uma só, um galho sem ramificações, e não importa que você decida, tudo terá que acontecer, algumas coisas se antecipam ou adiam, mas nunca se anulam.Você terá de nascer, você terá mudanças interiores, você terá mudanças exteriores, você crescerá, terá responsabilidades, e morrerá. Algumas vezes essa ordem é alterada, mas os fatos estão lá, nunca morrem. Todas as vidas são iguais, e não importa, não importa mesmo o quanto cauteloso você seja, você terá de passar por uma fase que todos passam: a decepção.


AK

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Então é natal...


Hoje é a noite de natal que menos parece uma noite de natal. Talvez porque ainda não é exatamente noite de natal, ou talvez porque não deva parecer mesmo. Esse ano pra mim nada foi convecional, nada. Nada pareceu ser o que era, nem mesmo eu.
Mas parecendo, ou não, hoje de fato é o natal. E eu nem sei ao certo o meu sentimento quanto à isso, mas acho que estou aliviada por este ano estar perto do fim. Sinceramente, adoro a idéia do fim desse ano, ADORO! Não foi de todo ruim, mas 70% das coisas não sairam como planejadas, tomara que ano que vem isso mude.
Mas voltando.. Natal, época de arrependimento. Pra mim é isso, a maioria das pessoas refletem o ano inteiro, e se arrependem do que fazem, e pedem desculpas - ou se culpam e desabafam com Deus e o mundo. Mas é assim mesmo, normal se arrepender do que faz, normal sentimentos demais nesse dia, e até bom. Feliz natal à todos.
Que todos hoje se arrependam, e chorem, ou sorriam, e abracem, e aproveitem com a família. Pelo menos hoje.
Agradeça tudo o que você tem, agradeça sua família, seus amigos, agradeça à Deus. Agradeça não só por hoje, mas pelo ano inteiro, pelo ano que foi ruim e você aprendeu, ou pelo ano que foi bom e você se divertiu. Agradeça as dificuldades e vitórias. Agradeça durante todo o ano.

E que seja verdadeiro o sentimento natalino em cada um de vocês (o meu, por incrível que pareça, ainda não chegou...)


AK

Não é pra ler, nem pra gostar.


É impressionante: fim de ano, época de finais. As pessoas com medo de reprovar e todas lembram de Deus. Não vou fazer um texto grande não, mas com o perdão da palavra eu fico puta com isso! Se for pra acreditar em Deus, acredite na porra do ano inteiro. Senão, vá se matar de estudar, e não se finja de cristão até a morte não, porra. Toma vergonha na cara e pára de mentir pra si, porque nenhuma outra pessoa tá acreditando que tu crê e confia tudo e todos à Deus.
É isso, se foda.



AK

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Culpa

Gabriela acordou,finalmente. Todos ali, tensos numa sala de espera com quatro acentos, seu pai sentado, com suas mãos coladas fortemente, cotovelos apoiados nas coxas, e cabeça baixa sustentada por suas mãos que já haviam se tornado uma; sua mãe, em pé, de um lado pro outro, do começo ao fim com um terço rosa-bebê, que sua sogra havia lhe dado dois dias antes do casamento, rezando, totalmente destruída por dentro, mas com uma força que ninguém tem igual. Seu irmão, pouco mais novo, não sabia muito bem o que fazer, mas por ver seu pai preocupado, e sua mãe quase chorando, chorava como quando roubavam seus doces, ou lhe tiravam o videogame. Tensão, era possível ver a tensão na cortina verde-hospital balançando com o pouco vento, nos sofás de couro que faziam barulho de ar ao sentar, nas mesinhas com copos cheios de água e um jarrinho com enfeitede flor, ou até mesmo no quadro que à primeira vista era uma borboleta, mas depois de analisar um pouco era um olho, muito bonito por sinal. Tudo estava tenso, e triste, e todos tinham não mais um nó, e sim um elefante nas suas gargantas, não sabiam mais a que santo orar, e nem a que enfermeira perguntar. Então vem Caio - seu namorado -, correndo chorando:
- Gabriela acordou, finalmente!
Todos se abraçaram, apesar de suas diferenças, apesar de ser um namoro não autorizado. Ali, naquele momento em que tudo voltava a ter vida, que tudo voltava a ter cor, nada mais importava além de comemorar. E odr.Bismarc avisa que, apesar de ter sido uma pancada na cabeça seríssima, os problemas eram totalmente reversíveis, e que a esperança e união agora eram muito importantes.
E o pai de Gabriela lembrou-se.
Lembrou-se de quando a mandou ir pra cama, e ela não quis saber, disse que se ele não deixasse iria fugir com Caio, e que queria ser feliz, apesar de achar que seu pai não queria ver sua felicidade. Lembrou-se que por causa daquela discussão ela saiu correndo feito louca, e ao sair, ainda olhando para ele, e gritando, andando de costas, tropeçou e caiu de cabeça. Ali, depois de dizer que nada iria impedir sua felicidade e seu amor. Nada! Ali na sua frente, caída, ele a socorreu, a deixou na cama, e agradeceu à Deus ela estar bem e esquecer do ocorrido no outro dia, devido à pancada. E se culpa até hoje, ele não fala a mais ninguém, mas pensa e sabe que tudo é culpa dele, e que se Gabriela não se curar, ele não vai ser feliz jamais.
E Caio lembrou-se.
Lembrou-se de quando saíram os dois, felizes, 7 meses de namoro, foram comemorar, e a noite acabou em algo a mais que beijos. Ele a levou pra casa, e dormiram juntos, mas Gabriela queria discutir a relação, e Caio fingiu não ouvir, e foi o que fez Gabriela levantar-serevoltada, e falar com ele até que ele acordasse, mas quando ela levantou-se rapidamente, se enganchou no lençol, e bateu a cabeça no criado-mudo, fazendo com que o porta-retrato com uma foto dela caísse e quebrasse. Na hora ela ficou meio zonza, sua cabeça sangrou pouco, mas ela logo voltou ao normal. No dia Caio pensou que fosse besteira, mas agora ele tinha plena certeza de que era tudo culpa dele, e que se ela não se curasse, ele nunca mais seria feliz.
E a mãe de Gabrielalembrou-se.
Lembrou-se de quando aviu na banheira, Gabriela estava tão tranquila, que sua mãe ficou ali, por alguns minutos espiando, invejando essa tranquilidade que há anos não tivera. Seja por causa do emprego, ou do marido, ou dos três filhos que apesar de quase não ficarem em casa, davam sim muito trabalho. Então Gabriela se assustou com aquela sombra, perguntou quem era, e sua mãe não respondeu, apenas saiu, pois não saberia explicar o que ali fazia. Gabriela enrolou-se na toalha, e quando levantou-se bateu a cabeça na torneira. Sua mãe ouviu o barulho e foi logo socorrer, aparentemente, nada aconteceu com Gabriela. Mas agora sua mãe tinha absoluta certeza que era a culpada, e tinha vergonha de dizer aos que ali estavam, que tudo era culpa dela. Mas sabia, que se Gabriela não se recuperasse, ela não saberia mais viver sem culpa.
E seu irmão pequeno começou a chorar. Todos pararam seus pensamentos por um minuto, e o ouviram falar:
- Desculpem, a culpa foi toda minha! Eu estava no meu quarto e ouvi a gabizinha falar algo, e fui lá correndopra saber o que era, mas ela só estava falando com seu namorado no telefone, e me viu, pensou que eu estava espionando e começou a gritar. Eu achei tão engraçado ela brava que fiquei irritando mais, mas ela começou a se mexer e fazer umas coisas estranhas, eu não sabia o que fazer, e gritei por vocês! Eu sei que sou culpado, eu não devia ter feito raiva a minha irmãzinha. Se eu tivesse ficado quieto, estaríamos todos em casa, dormindo tranquilos, mas eu prometo, com todas as palavras, que a partir de hoje, eu não irrito mais a minha irmãzinha!
- E se não melhorar? – perguntou seu amiguinho
- Eu nem pensei nisso, nem vou pensar! Porque sei que a gabizinha vai melhorar muito cedo. Mas independente da melhora dela, eu vou carregar comigo pra sempre essa culpa. A culpa de fazer com que minha família sentisse remorso por algo que eu fiz.
A felicidade pra o pequeno Emanuel, não dependia da melhora dela. Pois, mesmo que Gabriela voltasse a viver normalmente, ele não poderia mais ser feliz.
E seu pai, sua mãe e Caio, ficaram impressionados com tal força dessa criança, e o invejaram até, mas preferiram ficar calados. E agora sim, suas culpas não se tratavam só de Gabriela, ou de sua melhora, agora suas culpas seriam – como a de Emanuel – eternas, e a pior de todas as culpas, não era de fazer o que fizeram, era de ser quem eram.

AK

domingo, 12 de dezembro de 2010

Quase-férias


Esses últimos dias, eu venho fazendo tanta coisa produtiva, que enrolei toodo o meu ano pra poder fazer. E por incrível que pareça, eu não estou de férias, e estou sim muito bem ciente - estudando nas madrugadas - disso. Mas não é a questão de não estar, ou estar de férias. Mas eu cá comigo mesma, lembrando do ano passado, que fiquei de férias dia 13 de novembro, não estou me lamentando dessa vida. Me lamentei sim, muito, até porque meu relógio biológico não aguenta tanto tempo sem férias, mas me acostumei com a idéia, e até tô muito bem aproveitando meus últimos dias de colégio, vou ter saudades, sei que vou, e sei também que estou aproveitando muito mais minhas não férias, do que minhas férias certas do ano passado, e justamente por demorar tanto estarei aproveitando minhas férias muito mais, e se Deus quiser ano que vem, elas virão bem mais cedo. Engraçado, não? Ano passado por essas horas eu já tinha postado textos e textos de não aguentar mais férias, e hoje nem sequer as tive. Mas tudo bem, estou bem feliz. Feliz por ter quem eu tenho comigo, minhas amigas! Feliz por estar visitando mais minha velha amiga que já há tempos eu não via, feliz inclusive por ela estar aqui, bem na minha frente, distraída no outro computador. Mas que seja, isso não vem ao caso, só vem a mim.
E que cheguem minhas férias, e que minhas quase-férias se vá, mas pode ter certeza de que sentirei saudades.

Não vejo a hora de voltar, sem ter que... desaparecer.


AK

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Quantos dias úteis pra sair da escuridão?


Por quanto tempo esperamos, para entregar-se a uma tentação?
Em quanto tempo pensamos, para chegar a uma conclusão?
Quantas vezes erramos, pra que algo não seja em vão?
Como sabemos se é certo ou errado, o que temos na mão?

Seja lá quantas vezes, ou quanto tempo seja necessário. Acho que se alguém já conseguiu esse número, não quer dividir com mais ninguém. E enquanto isso vou errando, e me concertando, entrando ou desviando os caminhos. Vejo pedras, e as chuto até o fim da linha. Vejo erros, e os corrijo até onde posso, e como posso... Vejo vidas. Eu juro que vejo vida, onde ninguém mais vê.
Aquele garoto, viciado em drogas, com problemas em família, malcriação, amizades de má influência, sem nem mais um pingo de dignidade. Eu vejo nos seus olhos, vejo como ele baixa seu olhar. Eu vejo que ali tem alguém querendo sair, querendo não ser mais o que é. Mas não é todo mundo que tem força pra engatar ré, voltar até onde começou o erro, e seguir outro caminho. Na verdade, quase ninguém o faz.
Mas eu consigo, juro que consigo ver verdade naquele sorriso, e nas suas frases quase sempre violentas, ele quer se esconder da verdade, da ingenuidade, ele não quer mostrar-se indefeso, e isso aí é o que ele mais é. É, exatamente isso, indefeso! Não sabe proteger-se e acha mais fácil fazer com que os outros tenham medo, ou nojo, ou pena. Mas eu não consigo acreditar nisso, não consigo acreditar nessa capa de dureza e valentia, porque eu mesma a uso há muitos anos, e não é um garotinho cabisbaixo qualquer que vai me convencer disso.
Eu olho pra ele, ele olha pra mim, eu encaro, ele desvia o olhar. Quer falar comigo, sei que quer, mas com toda essa valentia não sabe se aproximar.
Eu não sinto nojo de você, nem muito menos medo, muito pelo contrário, sinto vontade de te resgatar, e mostrar que dar ré nem sempre é tão ruim, e que o próximo caminho, sem aqueles 'amigos' vai ser bem mais gratificante.

E é, mais uma vez minha alma bondosa ataca, e o pior é que eu não descansarei enquanto eu tentar.




AK